A grandeza não é onde permanecemos, mas em qual direção estamos nos movendo. Devemos navegar algumas vezes com o vento e outras vezes contra ele, mas devemos navegar, e não ficar à deriva, e nem ancorados.

Oliver Wendall Holmes

5.7.19

Mão na massa já!


Olá!

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Peço desculpas pelo longo tempo ausente.



Nas últimas semanas, estivemos envolvidos na elaboração de um orçamento para o desenvolvimento de um veículo elétrico.

Particularmente para mim essa fase de orçamentos é muito importante, porque é quando tentamos “criar” um vínculo com o Designer ou o idealizador do projeto e as ideias começam de fato a aflorar.

Muitas perguntas surgem nessa fase e dependendo do grau de interação entre as partes envolvidas me arrisco a dizer que isso determina ou não o sucesso do projeto.

O Designer ou o idealizador do projeto, precisa antes de mais nada “vender” o seu projeto para o engenheiro que irá construir e não só isso, durante a sua execução ele precisa estar presente para garantir que tudo está conforme aquilo que idealizou e avaliar as sugestões de melhorias que eventualmente surgirem.



Fim de semana passado, pesquisando na internet sobre motores e chassis para carros elétricos, conheci uns garotos que estão desenvolvendo um carro elétrico que arrisco dizer tem grande chance de sucesso.

Na última segunda-feira fui conhecer o projeto que está sendo desenvolvido nos fundos da empresa do pai de um deles, em Embu das Artes.

Basicamente é um grupo de cinco engenheiros recém-formados, que literalmente pegaram o frame de um Baja do lixo da Faculdade e começaram a fazer algumas experiências com motores elétricos e algumas baterias, já fazem uns dois anos.

O espaço cedido para o grupo não deve ter mais do que 40 metros quadrados, encostado numa das paredes há uma grande bancada de madeira, com alguns motores elétricos desmontados, dois ou três notebooks ligados num benjamim espetado na tomada, um elevador elétrico suportando o frame, uma pilha de pneus encostada na parede, algumas cadeiras velhas de escritório espalhadas e duas caixas de ferramentas totalmente bagunçadas.



Eles já estão iniciando o teste do quarto sistema, utilizaram motores nacionais que não foram muito bem nos testes, mas o último é um motor importado da Alemanha e estão utilizando uma bateria emprestada por um empresário amigo que aluga empilhadeiras.

O frame tubular parece uma colcha de retalhos, devido á um número grande de reforços soldados, a bateria tem uma fixação provisória que parece que vai se soltar na primeira curva, fora isso vários pesos foram afixados para simular o peso total do veículo.

Eu acredito que eles começaram do jeito certo, iniciaram testando as várias possibilidades de motores disponíveis no mercado e desenvolvendo um software próprio para gerenciar o sistema de energia.

Já encontraram a primeira barreira também: encontrar no mercado um eixo dianteiro e traseiro que pudessem ser utilizados no carro deles que terá tração traseira e a largura bem menor do que os menores carros produzidos no Brasil.  



Bom como se sabe hoje não produzimos no Brasil carros com tração traseira, somente alguns importados tem, então decidiram por tentar adaptar algo existente no mercado.

Os caras têm um Target ousado de fazer um carro elétrico para três pessoas, que seria vendido na faixa dos R$ 30mil exclusivamente para empresas de aluguel de carros.

Eles ainda não têm um design definido para o carro, mas já apresentaram o seu Frankenstein para algumas locadoras e já começaram a trabalhar num novo frame definitivo, já atentando para itens de segurança e pensando numa apresentação futura para captação de recursos.

Os garotos, na minha opinião, têm o projeto na mão; conhecem os custos de cada um dos protótipos de propulsão já construídos, já tem definidos algumas características do carro como por exemplo, qual deve ser a sua autonomia, tipo de pneus, peso estimado do veículo, capacidade de carga, tempo de recarga da bateria, sistema de troca de bateria, limitação de velocidade, qual público atender e o principal: quando querem ver o primeiro veículo completo rodando nas ruas.



Cogitam até em produzir esse veículo fora do Brasil se os custos não forem viáveis e até vender o projeto para alguém que se interesse.

Após essa visita em Embu das Artes, voltando no carro, não pude deixar de fazer alguns comparativos com alguns projetos e alguns Designers que tive a oportunidade de conhecer.

Conheci projetos de veículos rabiscados em guardanapos de restaurante, que depois de desenvolvidos se tornaram grandes produtos e conheci projetos, preconcebidos com a ajuda de softwares caríssimos que não deram em nada e qual teria sido a diferença?

Mão na massa!



Teria João Amaral Gurgel, construído sua empresa se ele tivesse confiado a sua missão para outras pessoas?

Tenham todos um ótimo fim de semana e aproveitem bem o seu tempo ao lado daqueles que lhe querem bem.

Um abraço!


carroceria.2008@gmail.com


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PS: As fotos utilizadas neste post nenhuma relação tem com o projeto citado.

8.3.19

OPORTUNIDADE 5.0


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Após algumas semanas sem postar no nosso blog, por conta de um trabalho que estávamos desenvolvendo, minha intenção hoje pela manhã era escrever um pouco sobre o Lean Manufacturing para pequenas e médias empresas.

Não sou nenhuma autoridade no assunto, tem muita gente fera por aí que poderia discorrer sobre o assunto com os dois pés amarrados nas costas e mordendo a ponta da própria língua.

Mas então decidi mudar o assunto, achei melhor falar sobre Oportunidades.



As pessoas falam de Industria 4.0, Lean Manufacturing, Design Thinking, Storytelling e Agile Transformation, ficam repetindo mantras e mais mantras capturados na Internet na esperança de que isso mude a realidade dos seus empregos e de suas empresas.

Fico imaginando quantas oportunidades são desperdiçadas diariamente pelas pessoas e consequentemente como isso afeta as empresas que elas representam.

É quase que um Firewall humano, você liga numa empresa qualquer, seja para se apresentar profissionalmente ou mesmo para se informar sobre um serviço ou produto que por ela é vendido mas precisa atravessar uma série de barreiras: ou é um porteiro mal informado, ou uma recepcionista com pouca boa vontade, um comprador que acha que conhece (tuuuuudooo!), um vendedor que não quer saber das suas necessidades reais mas quer empurrar qualquer coisa e fechar um pedido contigo de qualquer jeito.



E ás vezes você pacientemente consegue ultrapassar todas essas barreiras e pensa que vai falar com quem pode te ajudar ou tem a palavra final, mas aí vem a decepção: o cara, fantasiado de Meu Malvado Favorito, mal te ouve e ainda por cima dispara em você o famigerado raio congelante.

Isso aconteceu conosco quatro semanas atrás, contatamos uma empresa para nos apresentamos e oferecer nossos serviços, falamos com pelo menos cinco pessoas (uma delas o faxineiro inclusive) que simplesmente não sabiam dizer quem era o responsável pela engenharia deles, nem que tipo de software gráfico utilizavam.

Por fim conseguimos falar com o “CEO” porque um contato do LinkedIn em comum, nos forneceu o número do seu celular.



Desastre total! A pessoa nos atendeu aos berros e depois de nos identificamos disse que estaria entrando em uma reunião e nos deu cinco minutos apenas.

Quem consegue passar uma informação em cinco minutos sabendo que do outro lado a Boa vontade passou longe? Catástrofe!

Muito bem tentamos! Informação anotada na planilha de prospecção, empresa classificada como “sem interesse”, toca o barco...

No início disse que estávamos desenvolvendo um trabalho e por conta disso não pude postar no blog, pois bem parte desse trabalho era auditar e homologar um grupo de 15 empresas escolhidas por nosso cliente que pudessem prestar serviços e eventualmente oferecer suporte caso algum imprevisto ocorresse em suas instalações.  

Todas as visitas foram agendadas pelo nosso cliente, exceto uma que estava impresso em vermelho, que só de bater o olho já identifiquei de quem se tratava: nossa velha desconhecida.

-E essa última aqui? – Perguntei a pessoa responsável pelo trabalho.

- Ah estou tentando falar com alguém da empresa, mas não consigo, até mandei email para o dono, mas nem recebi resposta. Deixe estar, vou substituir por outro nome e assim o fez.



Quando se fala em aumentar a receita gerada por um negócio, primeira coisa que vem a cabeça do dono, diretor, líder é bolar e implementar um daqueles programas milagrosos: reposicionar máquinas e armários,  deslocar pessoas, inventar novos nomes para coisas velhas.

Tudo que é novo salta aos olhos com certeza.

As pessoas falam de Industria 4.0, Lean Manufacturing, Design Thinking, Storytelling e Agile Transformation, tudo isso com certeza trará melhorias aos negócios  mas nenhum deles servirá de nada se antes conexões  interpessoais não forem estabelecidas.

Procure observar como andam os relacionamentos de sua empresa com o mundo externo. Como funciona o seu Firewall? Será que sua empresa não está perdendo oportunidades e você ainda nem percebeu?

Tenham todos uma ótima semana e aproveitem bem o seu tempo ao lado daqueles que lhe querem bem.

Um abraço!

carroceria.2008@gmail.com

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13.2.19

Caixa de Ferramentas: FMEA


Olá!

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Segunda feira mal começou e antes mesmo de você chegar na fábrica, o SQE daquela montadora já te ligou no meio do caminho, querendo marcar o buyoff das ferramentas para essa semana.

Mas como marcar um buyoff se as peças ainda apresentam grande variedade dimensional, superfície ondulada e precisando de alguns ajustes?

Precisa de mais umas duas semanas para resolver esses e outros pepinos e o SQE quer marcar o buyoff para essa semana. Deus nos acuda!

Todos estes problemas, sejam eles isolados ou não, podem causar grandes dores de cabeça ao pessoal de produção que precisa iniciar a produção da peça urgente e claro ao pessoal da ferramentaria também, que vai passar um bom tempo lutando para corrigi-los.

Nessa hora com certeza muitas perguntas e respostas aparecerão do nada. Porque se fez o furo nessa operação? Não está faltando um batente aqui? Poderia ter colocado uma gaveta ali? Esse material é muito duro... springback muito alto.



Mas qual é a melhor hora para resolver os problemas? Com certeza não é quando sai o primeiro produto da ferramenta, ainda que seja algo embrionário mas o melhor momento é antes que eles ocorram.

Antigamente era até que aceitável que após o termino da construção de uma ferramenta, que se levasse um tempo para se “ajustar” as ferramentas, efetuar algumas correções mesmo já iniciada a produção, mas hoje em dia com a concorrência acirrada do jeito que está, independente do tamanho da ferramentaria, isto já não é mais aceitável.

Hoje já dispomos de softwares que conseguem simular todo o processo de estampagem, conseguimos reduzir os problemas de Springback, reduzimos o tempo de tryout.



O cliente hoje quer receber a sua ferramenta 100% funcional, produzindo uma peça livre de defeitos
A Análise de Modos de Falhas e Efeitos ou simplesmente FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) é uma ferramenta utilizada para prevenir falhas e analisar os riscos contidos em um processo.
E através da identificação das suas causas e dos seus efeitos podemos identificar as ações que serão utilizadas para evitar que estas falhas aconteçam.

O FMEA pode ser aplicado em diversas fases: no desenvolvimento do Produto, no desenvolvimento dos meios de produção (ferramentas, dispositivos e etc.) e na produção.

Seja em qual fase for, precisamos identificar qual objetivo estamos tentando alcançar:
·         Um produto, uma peça que atenda as especificações de projeto,
·         Uma ferramenta ou dispositivo que produza peças com qualidade,
·         Uma produção com zero falhas



A intenção aqui não é de descarregar um monte de tabelas e fórmulas matemáticas, para demonstrar conhecimento sobre o assunto, mas de motivar as pessoas a procurarem aprender um pouco mais sobre o assunto e praticarem nas suas empresas, sejam elas de que tamanho for.

Sua elaboração não pode ser vista como o trabalho de uma só pessoa e se assim for tratado, pode ter certeza de que se estará fazendo errado. O FMEA é uma oportunidade de canalizar recursos, alinhar esforços para se antecipar aos problemas que podem acontecer.

Deixo abaixo alguns links onde o amigo leitor poderá obter mais conhecimentos sobre o assunto:




Uma dica: caso tenha interesse em se aventurar no fascinante mundo do FMEA, inicie elegendo assuntos de pouca magnitude e conforme for ganhando experiência e confiança vá aos poucos aumentando a régua.

Lembre-se que a prática leva a perfeição!

Tenham todos uma ótima semana e aproveitem bem o seu tempo ao lado daqueles que lhe querem bem.

Um abraço!
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30.1.19

Novos Materiais, novos Profissionais.


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Preste atenção na conversa fictícia de um engenheiro de uma montadora com o proprietário de uma pequena ferramentaria:
“...
- Nós aqui não trabalhamos com projetos não. Tenho um bom ferramenteiro, seu Oscar (nome fictício), a gente joga a peça na mão dele e ele “bola” a tira e a ferramenta de cabeça. Garanto que funciona!
- Como assim joga a peça na mão dele? É um modelo matemático! Você vai precisar de um computador para poder abrir o modelo 3D e estudar como produzir.
- Xii!!! O Sr. Oscar não sabe mexer no computador não! Computador aqui só serve para a secretária ler email, emitir pedidos de compra e ver saldo bancário da empresa. Vocês não têm um protótipo da peça não?
- Preciso de um cronograma detalhado da construção da ferramenta...
- Ah isso eu não tenho não... posso fazer na mão mesmo? ”



Essa conversa poderia muito bem ter acontecido ainda no século XX onde como diziam alguns bons profissionais com quem tive a sorte de trabalhar, tudo era feito na “unha”, com poucos recursos; mas pasmem, ela ainda é passiva de acontecer nos dias de hoje, principalmente quando o objetivo é reduzir investimentos.

Projetos que exigem um mínimo de tecnologia, como um computador, uma ferramenta CAD, usinagem CNC, ás vezes são entregues para empresas desprovidas de qualquer tecnologia, no melhor estilo “se vira! ”.

Nas últimas três décadas, milhares de novos tipos de aços foram sendo introduzidos no mercado, consequentemente o negócio de estampar peças em chapas de aço, também mudou, assim como o conhecimento sobre estampagem de metais expandiu.



Os Aços de alta resistência (AHSS) são materiais complexos e sofisticados, diferente dos aços doces de trinta anos atrás; são exclusivamente leves e projetados, sim projetados, para atender aos desafios dos veículos quanto ás rigorosas regulamentações de segurança, redução de emissões e de desempenho, tudo isso mantendo os custos acessíveis.

A experiência do Sr. Oscar, embora ainda valorizada nos dias de hoje, não é mais a única medida da capacidade de um colaborador, novos requisitos surgiram; hoje é necessário ser competente em computação, ter uma base sólida em matemática, saber elaborar uma boa análise de dados, conhecer as propriedades mecânicas de chapas metálicas, ser adaptável ​​a mudanças e principalmente saber como fazer uma comunicação eficaz para obter sucesso.

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Empregados mais velhos como o Sr. Oscar geralmente precisam aprender novas habilidades e claro principalmente saber se adaptar às mudanças.



Óbvio que isso não se aplica tão somente ao colaborador do chão de fábrica, tal mudança precisa ser absorvida também pelas empresas e principalmente pelos seus dirigentes, do contrário será cada vez mais difícil para esta acompanhar as mudanças do seu setor e fornecer continuamente componentes de qualidade aos seus clientes.

É fato que o ambiente de fabricação da indústria 4.0 (seja de qual setor for), está baseado em ciência e matemática e exige que os colaboradores tenham uma sólida base educacional e que seus empregadores desenvolvam programas de treinamentos contínuos. Isso permitirá que tanto a Empresa como seus colaboradores possam se adaptar às mudanças nas novas tecnologias e novos materiais que prometem serem cada vez mais rápidas.



Tenham todos uma ótima semana e aproveitem bem o seu tempo ao lado daqueles que lhe querem bem.

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22.1.19

Novos Materiais - Desafios


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Construir um carro em Aço ou em Alumínio? Como as montadoras costumam tomar essa decisão?

Para fazer essa escolha, em geral as montadoras precisam considerar a motorização, a rigidez, o processo de fabricação, o peso e o custo entre muitas outras características.



Em outros países onde o volume de produção de veículos é mais expressivo, as indústrias de alumínio e aço lutam continuamente pela supremacia para se tornarem o metal de escolha na construção de carrocerias automotivas, aqui no Brasil essa “luta” ainda não é muito significativa.

Faz sentido se considerarmos por exemplo o mercado americano onde são vendidos cerca de 17 milhões de veículos por ano e onde se compra mais de 2 toneladas de chapas de metal, não há outra indústria no mundo que ofereça oportunidades de vendas de alto volume.

E essa não é uma tarefa fácil já que cada classe de metal tem características específicas que nos ajudam a otimizar os mais de 500 itens estampados encontrados em um veículo típico.



A resistência de um material é obtida em função de sua composição química aliada à sua rota de processamento termomecânico (por exemplo, conversão de uma placa espessa para uma folha fina) e subsequentes tratamentos térmicos.

Estas variáveis ​​tornam impossível afirmar se um material é sempre mais forte que outro: Por exemplo, muitos tipos de alumínio são mais fortes que alguns tipos de aço, mas raramente são destinados à mesma aplicação.

Além disso, a força não é a única consideração; o peso, a capacidade do material ser trabalhado até se obter a forma desejada, a capacidade de se unir às outras peças produzidas com outros materiais, a rigidez e o custo final representam algumas das muitas outras facetas que precisam ser consideradas.



A rigidez de uma peça é obtida em função do tipo de material utilizado na sua fabricação e da sua geometria.

A rigidez depende de uma propriedade conhecida como Módulo de Elasticidade ou Módulo de Young. Esse, ao contrário do Módulo de Resistência, que pode variar de grau para grau é essencialmente constante para uma dada composição de liga, independente de tratamento térmico, processamento.

O Módulo de Young para o aço é quase de três vezes maior que o do alumínio, sendo assim uma peça de chapa de aço será três vezes mais resistente, do que fosse feita de alumínio.

Não esquecendo que a espessura e a forma da peça também contribuem para sua rigidez.



A rigidez é proporcional ao cubo da espessura.

Então, para compensar o “efeito do alumínio”, que tem um terço da rigidez do aço, uma peça de alumínio deve ser feita com 44% de espessura maior do que uma peça de aço da mesma forma.

Mesmo essa espessura aumentada em 44% oferece um potencial de economia de peso, já que o alumínio tem um terço da densidade do aço.

Para painéis de grandes dimensões, como capôs, portas, as montadoras preferem usar chapas de metal com resistência o mais alto possível para que o painel ofereça resistência suficiente á deformações.

A espessura da chapa também afeta a resistência, limitando assim o grau em que a espessura de um painel pode ser reduzida em nome da economia de peso.

As restrições de rigidez limitam ainda mais a espessura dos painéis de carroceria, por exemplo: se for muito fino, os painéis podem começar a se deformar mesmo que temporariamente, enquanto o veículo se desloca – exceto é claro que linhas de caracteres sejam adicionadas para “benefícios de estilo”.



As técnicas de junção não apresentam um obstáculo significativo, uma vez que atualmente existem várias técnicas mais econômicas para unir peças confeccionadas em diferentes materiais, que oferecem a melhor combinação de economia de custo e peso.

A rigidez de carroceria aumentada traz grandes benefícios como por exemplo melhora o manuseio e reduz o NVH. Além da rigidez inerente associada ao material e à geometria de uma peça, as características de NVH podem ser melhoradas usando folhas de polímero ou insertos de espumas leves.

A resistência ao impacto, por outro lado, está mais associada à força e nesse caso, o aço oferece uma vantagem significativa nas escolhas disponíveis.

As aplicações de novos materiais para a construção de carrocerias representam uma lacuna aberta que ainda apresenta muitos desafios e que pode trazer grandes melhorias.

Talvez o maior desafio seja mesclar a utilização destes novos na construção de veículos de médio porte, de baixo custo e grande volume de produção.

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