Obrigado mais uma vez por visitarem o Blog “Carroceiros” de Plantão.
Hoje respondo ao e-mail do colega Ricardo que nos traz uma questão bastante pertinente.
“...
Caro Especialista,
Na Revista Quatro Rodas deste mês há uma reportagem sobre os testes elaborados pela Latin NCap, que utilizou alguns carros comercializados no Brasil. Invariavelmente os "populares" receberam a cotação de uma estrela. Pior: a reportagem afirma que o March, da Nissan, tem 25% menos massa do que o carro comercializado no Japão.
Questionada, a Nissan disse que iria analisar os dados do teste para se posicionar. Que absurdo é este! Além dos carros custarem o olho da cara no Brasil, os fabricantes ainda retiram os reforços estruturais. Ou estaria equivocado? Isto não configuraria crime, pois o produto tem suas características originais alteradas.
Acho, igualmente, a Revista Quatro Rodas um veículo de informação imparcial ao extremo. Poderiam usar o poder de comunicação que tem para criticar e exigir automóveis mais seguros.
O Especialista poderia explicar-me no que consiste estes 25% a menos de massa?
Muito obrigado.
Ricardo..."
Minha Resposta:
Cada país ao redor do mundo tem uma legislação que define o quão seguro deve ser um carro. Alguns países exigem que os veículos tenham no mínimo Airbags, outros exigem que tenham proteção contra a intrusão lateral e outros não tem legislação alguma.
Na Europa, por exemplo, não existe uma legislação para Airbags ou freios ABS, no entanto é um dos itens de segurança mais observados pelos consumidores europeus.
Isso é possível porque em algum momento lá atrás, percebeu-se que a Segurança oferecida por um veículo poderia ser um diferencial quando o cliente escolhesse o seu próximo carro.
No início essa segurança tinha um custo que foi diminuindo á medida que a produção de carros com itens de segurança aumentou.
Então, respondendo a sua pergunta, a diferença de 25% no peso do carro, consiste basicamente na remoção de reforços estruturais e talvez redução de espessura de alguns componentes; isso não caracteriza crime, pois com certeza o carro que você mencionou, deve estar atendendo a legislação brasileira em vigor.
Aliás existem carros projetados aqui no Brasil que são exportados para outros países que recebem alguns reforços estruturais adicionais para justamente atender as exigências do país onde este vai ser entregue.
Talvez você não se lembre, mas o antigo VW Voyage, já foi um dia exportado para os Estados Unidos com o nome de Fox e este recebia vários reforços estruturais adicionais para se adequar á legislação americana.
Essa “arma” que você diz que as revistas poderiam utilizar para exigir carros mais seguros, já está nas mãos do consumidor brasileiro, só que este ainda não percebeu o “poder de fogo” da mesma.
Aliás, parte desse poder de fogo é anulado pelo nosso próprio Governo que aplica impostos em cima de impostos, de forma abusiva e utiliza mal o dinheiro arrecadado.
Por isso que alguns veículos nacionais com dispositivos de segurança são vendidos no exterior mais baratos do que as versões nacionais menos seguras.
Vide o VW Fox duas portas exportado para a Europa.
Particularmente eu acredito que dois adventos poderão em pouco tempo modificar esse cenário da indústria automobilística brasileira:
O primeiro seria a invasão chinesa, tornando o mercado interno mais disputado e criando a necessidade de expandir-se, o outro seria o próprio Latin NCap, que á medida que divulgar os testes comparativos entre os fabricantes, pode incentivar os governos e consumidores dos países latinos á exigirem veículos cada vez mais seguros.
Essa mudança de cenário já pode ser percebida com os últimos lançamentos de 2011, algumas montadoras já estão introduzindo novas plataformas melhor elaboradas estruturalmente.
Desejo á todos uma ótima semana e aproveitem bem o seu tempo ao lado daqueles que lhe querem bem!
carroceria.2008@gmail.com
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