A grandeza não é onde permanecemos, mas em qual direção estamos nos movendo. Devemos navegar algumas vezes com o vento e outras vezes contra ele, mas devemos navegar, e não ficar à deriva, e nem ancorados.

Oliver Wendall Holmes

16.12.18

Foco na Velocidade


Olá!
Sejam bem-vindos mais uma vez ao nosso encontro no Blog “Carroceiros” de Plantão para falarmos sobre Carrocerias Automotivas e assuntos correlatos.

Semana passada “bombou” nas redes sociais e listas de Whatsapp uma notícia que muito interessou aos donos, empregados e ex-empregados das muitas ferramentarias existentes pelo Brasil afora.
Diziam as manchetes:

Montadoras terão incentivo para comprar de ferramentarias em SP

Apesar dessa notícia ser exclusiva para o estado de São Paulo, acredito que muita gente deve ter comemorado: Estamos salvos! Vamos voltar á trabalhar como no ritmo de antes.
Mas será que as coisas são bem assim mesmo? Voltar ao ritmo de antes é suficiente?
Se a questão de fazer com que as empresas voltassem a comprar das ferramentarias locais está resolvido, coisa que discordo, qual será o novo desafio para as ferramentarias no ano de 2019 e claro para os outros anos seguintes?
Na minha humilde opinião acredito que a Velocidade no desenvolvimento e na fabricação de ferramentas deva ser o próximo desafio.



Se queremos de fato ressuscitar a Ferramentaria e coloca-la num patamar onde ela possa competir com as ferramentarias chinesas, sul-coreanas, americanas, alemãs e do resto do mundo, devemos focar na Velocidade.
Acho que chegou a hora de largar o patinete e sentar num Formula 1.



Para que as ferramentarias locais possam ser reconhecidas, em primeiro lugar, pelos seus clientes locais e depois pelos futuros clientes externos, como parceiros em pé de igualdade com ferramentarias de outros países, este precisará se reinventar, adquirir novas ferramentas de trabalho, desenvolver novas melhores práticas e principalmente se destacar em termos de velocidade, qualidade e flexibilidade.
E claro não só as ferramentarias precisam se reinventar, mas os seus clientes precisam começar a enxerga-las como verdadeiros parceiros no processo de desenvolvimento de novos produtos, dando a oportunidade de estas atuarem ainda na fase de modelagem 3D, isso vai ajudar muito na redução de emissões de pedidos de modificação de produto e economizar horas de usinagem.
Atingir os mesmos patamares onde se encontram as grandes ferramentarias do exterior, é possível e essa meta só pode ser alcançada se houver um planejamento meticuloso de curto, médio e longo prazo aliado a uma estratégia robusta.



É preciso entender também que as fronteiras físicas que antes protegiam alguns mercados, já não existem mais e que nenhuma ação protecionista tem validade infinita, uma hora cai. Mercados não se conquistam e não são mantidos com discursos vazios e canetadas esporádicas, mas queimando muito cavaco nas máquinas.
Para se apresentar ao mercado como um player competente e, ao mesmo tempo, firmar-se como parceiro dos seus clientes, pronto para auxiliá-los no desenvolvimento dos seus produtos, as ferramentarias de hoje precisarão deixar de lado aquela imagem de oficina artesanal e adotar uma posição mais “Jornada nas Estrelas”.



E claro os profissionais que nelas atuam precisam se adequar à nova realidade, procurando sempre por atualizações, novos treinamentos, reciclar seus conhecimentos, desenvolvendo e registrando as melhores práticas.
Isso implicaria também em construir novas parcerias, focando na sua atividade principal, e deixando que as atividades secundárias, mas não menos importantes, que antes eram feitas por pessoal próprio das ferramentarias sejam feitas por eles.
Algumas ferramentarias locais já começam a dar os primeiros passos nessa direção, firmando parcerias com especialistas em gerenciamento de projetos, especialistas em desenvolvimento de novos fornecedores e compras, escritórios de engenharia, especialistas em gerenciamento de RH, especialistas de controle de qualidade e etc.



Um adendo aqui: construir novas parcerias não significa achar um Zé na esquina e pagar uma ninharia para se fazer um serviço meia boca, mas encontrar uma empresa ou um profissional preparado e pagar o preço justo pelo seu trabalho de evitar dores de cabeça e permitir ao empresário de ferramentaria ter foco na sua atividade principal.
Esse novo caminho é longo e sinuoso mas se todos se proporem a fazer a sua parte sem vislumbrar vantagens imediatas, sempre mantendo o foco, acredito que não só as ferramentarias desfrutaram das recompensas, mas todos aqueles envolvidos na nossa cadeia de produção.



Tenham todos uma ótima semana e aproveitem bem o seu tempo ao lado daqueles que lhe querem bem.

Um abraço!
carroceria.2008@gmail.com

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