A grandeza não é onde permanecemos, mas em qual direção estamos nos movendo. Devemos navegar algumas vezes com o vento e outras vezes contra ele, mas devemos navegar, e não ficar à deriva, e nem ancorados.

Oliver Wendall Holmes

22.10.18

Novos Materiais


Olá!

Sejam bem vindos mais uma vez ao nosso encontro no Blog “Carroceiros” de Plantão para falarmos sobre Carrocerias Automotivas e assuntos correlatos.



 

Hoje atendendo um pedido de um estudante de Engenharia de Minas Gerais, falarei um pouco sobre a evolução dos materiais na indústria automobilística. A velocidade de introdução de novos materiais na fabricação de automóveis está intimamente ligada á rapidez com que esses materiais podem ser processados ​​na linha de produção.

 


Desde o início da produção de veículos automotores até os dias de hoje, o aço tem sido a opção preferida para componentes estruturais principalmente aqueles que exigem alta resistência. Mas os tempos mudaram e com a necessidade de produzir carros mais leves para atender as novas regulamentações para emissão de CO2 impostos pelos governos para novas construções de carros, isso também acabou mudando. O primeiro automóvel, produzido em escala comercial, foi projetado em 1885 por Karl Benz. Utilizava um spaceframe simplificado feito de tubos de aço e um compartimento de motorista foi criado usando painéis de madeira (embora nesses veículos o conceito de carroceria era bem diferente de como o entendemos agora).


 O carro era movido por um motor a gasolina de 0.75cv conectado a três rodas de aço e pneus de borracha maciça. Fazer um carro leve já era claramente uma preocupação de Benz  que declarou que queria projetar um "anão em termos de peso, mas um titã em termos de potência". Com 0,75 cv!!!

Mas o carro de Benz tinha um problema: o processo de envernizamento da carroceria de madeira para torná-la suficientemente resiliente era  lento e isso tornava a sua construção demorada e dispendiosa. Anos mais tarde em 1912, a Budd, uma empresa americana de chapas e estampagem, fabricou o primeiro carro todo em aço que rapidamente resultou em um pedido de 70.000 carros da Dodge Brothers.


 Estes carros eram menos caros de se fabricar, exigiam consideravelmente menos tempo de produção e eram mais fortes que a combinação de madeira e aço. E a introdução da linha de produção móvel integrada por Henry Ford em 1913 significou que os carros poderiam ser produzidos em volume muito maior do que anteriormente. Em 1911, o fabricante de automóveis americano Marmon fez as primeiras experiências com materiais leves na construção de carrocerias, utilizando o mesmo o alumínio fundido que era utilizado para a construção de aeronaves na construção de carros de corrida.


 Desde então, o Automobilismo foi um veículo importante para popularizar as inovações em termos de materiais, novos equipamentos e mostrar as capacidades de desempenho dos automóveis. Os compósitos de fibra de vidro, por exemplo, foram usados ​​pela primeira vez no carro esportivo Lancer de Bill Tritt em 1951. Tempos mais tarde, a Lotus desenvolveu seu primeiro carro de produção dedicado, o Elite, em 1959, que tinha corpo e estrutura feitos de fibra de vidro e pesava apenas 773kg. O Stout Scarab foi a primeira “minivan” feita com painéis de fibra de vidro, no entanto, seu volume de produção sempre foi destinado a ser baixo pois era um carro muito caro para ser acessível ao público em geral.


 Atualmente, as ligas de aço convencionais foram parcialmente substituídas por novas ligas de aço de alta resistência, isso faz com que o aço ainda seja o material preferido na construção de carrocerias de automóveis, mas o advento dos carros elétricos acelerou a pesquisa e a utilização de novos materiais e novas ligas de alumínio, embora em alguns casos, fabricar uma peça em alumínio ou em outro material ainda custe mais caro do que o aço. Embora a correlação do uso de componentes leves com a melhor eficiência do uso de combustível já tenha sido entendida pelas OEMs á décadas, o emprego desses materiais está vinculado ao desenvolvimento de novos componentes eletrônicos que auxiliem o condutor e de novos componentes de segurança; significa dizer que quanto mais leve o carro maior deverá ser a adição de tecnologia embarcada.


 Se você se interessou pelo assunto, sugiro ler os posts abaixo:

 
E antes de fechar o post vale aqui deixar uma dica:





Tenham todos uma ótima semana, aproveitem bem o seu tempo ao lado daqueles que lhe querem bem. Um abraço!


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