A grandeza não é onde permanecemos, mas em qual direção estamos nos movendo. Devemos navegar algumas vezes com o vento e outras vezes contra ele, mas devemos navegar, e não ficar à deriva, e nem ancorados.

Oliver Wendall Holmes

14.3.11

Airbag: vilão ou mocinho?

Olá muito boa noite.

Obrigado mais uma vez por visitarem o Blog “Carroceiros” de Plantão para falarmos sobre carrocerias automotivas.
A partir do dia 1º de janeiro de 2010 passou a valer a obrigatoriedade dos sistemas de airbag e ABS como itens de série para os veículos brasileiros. Com o objetivo de evitar grande impacto no mercado, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) instituiu um cronograma de implantação dos equipamentos. Para 2011, 8% dos veículos incluídos na resolução terão que ter ABS e airbag. E esse percentual irá aumentando até 2014, quando 100% da frota sairá de fábrica com os aparatos.

Sob o ponto de vista técnico, essa “decisão” do CONTRAN foi muito bem vinda, pois com certeza dará um Up na indústria automobilística local trazendo novos sistemistas e forçando outros nativos á se especializarem.
Por outro lado traz uma preocupação: nossas estradas esburacadas não são preparadas para conduzir carros com tanta tecnologia, nossos condutores tão pouco preparados para conduzi-los e existem poucos (ou quase nenhum) prestadores de serviços treinados para realizar manutenções em tais equipamentos quando necessário.
Embora a indústria automotiva tenha melhorado drasticamente a segurança dos ocupantes na última década (claro que estamos falando de veículos vendidos fora do Brasil), ao fazê-lo, sem intenção, aumentou-se o risco para aqueles que prestam serviços de resgate: os Bombeiros que hoje, mais do que nunca, precisam ser mais cautelosos com os perigos escondidos nas carrocerias.
Na mídia volta e meia ouvem-se relatos de acidentes sofridos por equipes de resgates decorrentes do acionamento acidental de um Airbag em veículos acidentados.

Discrepâncias á parte, alguns relatos de acidentes com Airbags parecem ser frutos de boatos e relatos não muito bem documentados: ouve-se mais sobre os acidentes sofridos por disparos acidentais do que sobre as vidas que tem salvado e os ferimentos graves que tem evitado.

Mais importante, a mídia se esquece de informar como as equipes de emergência podem melhorar a sua atuação em resgates, reduzindo o risco de um acionamento involuntário. Por que não? Simplesmente, porque isso não vende notícia. Morte e ferimentos vendem notícia, e não vidas salvas por airbags.

Os vários serviços de emergência que existem, Bombeiros, SAMU e outros serviços de resgate, etc. devem aprender sobre sistemas de veículos novos antes destes serem lançados no mercado. Além disso, veículos com tecnologias inovadoras podem apresentar mais riscos do que outros que já são conhecidos.
Aproveitem bem o seu fim de semana com aqueles que lhe fazem Bem!

O Especialista
carroceria.2008@gmail.com

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