A grandeza não é onde permanecemos, mas em qual direção estamos nos movendo. Devemos navegar algumas vezes com o vento e outras vezes contra ele, mas devemos navegar, e não ficar à deriva, e nem ancorados.

Oliver Wendall Holmes

6.11.18

Série Redução de Custos para peças estampadas - Parte 02


Olá!
Sejam bem-vindos mais uma vez ao nosso encontro no Blog “Carroceiros” de Plantão para falarmos sobre Carrocerias Automotivas e assuntos correlatos.
Continuamos hoje a nossa série sobre redução de custos de peças estampadas:



Tolerância Dimensional

Qual será a relação direta do custo de uma peça estampada com a tolerância utilizada na sua fabricação? Você tem alguma ideia?

Quando o engenheiro ou projetista desenvolve uma peça que será obtida pelo processo de estampagem, seja ela uma peça de carroceria, de um equipamento agrícola ou de um eletrodoméstico, quão apertada as suas tolerâncias precisam ser?

Essa é uma boa pergunta, porém a sua resposta não é muito complexa e nem é tão simples e direta.

Tolerância, pode ser definida como o limite admissível ou limites de variação no processo de fabricação.



A tolerância é aplicada durante todo o desenvolvimento de uma peça estampada e suas especificações são frequentemente ajustadas em cada etapa do projeto, podendo às vezes iniciar com uma tolerância excessivamente alta que pode até tornar proibitivo a fabricação de um produto. 

Mas até que ponto a tolerância pode ser apertada e ainda assim produzir um produto que atenda às especificações necessárias quanto á forma, adequação, função, segurança, certificação e outras regulamentações, sem afetar os custos demasiado? 



No geral a resposta a essa pergunta está na percepção e no conhecimento dos profissionais de manufatura experientes e dos profissionais que atuam no Desenvolvimento do Produto.

A tolerância é afetada por vários fatores:
- Diretrizes de CEP,
- Regulamentações do governo / indústria,
- Projeto de engenharia e
- Demandas de clientes. 

Uma ideia, quando nasce na prancheta, pode não ter um nível de tolerância aplicada, porém quando esse conceito gráfico é submetido a um engenheiro, ele pode aumentar ou diminuir as tolerâncias com base nos princípios de engenharia ou com base nas boas práticas da empresa. 

Pode acreditar, enquanto você lê esse artigo, nesse momento em algum lugar no mundo da manufatura pode haver muitos especialistas ajustando e apertando a tolerância a ponto de impedir a fabricação de uma peça. 



E mesmo que a produção seja possível, tolerâncias rígidas, assim como os elementos de fabricação de tempo, material e sucata / desperdício, se traduzem em custos de produção aumentados ou na adição de controles caros no processo de fabricação,

Como um fabricante de peças estampadas experiente lida então com a tolerância e os custos de produção?

Na fabricação, se as especificações estiverem muito restritas, a produção é atrofiada, mas sem a tolerância adequada, um produto pode até ficar inutilizável. É preciso então encontrar um meio termo entre as especificações necessárias e uma variação razoável de tolerância.

Algumas especificações de tolerância podem ser negociadas internamente ou com o cliente, se for o caso. Por exemplo, numa Montadora de veículos um furo hexagonal estampado numa peça de carroceria, para fixação de um chicote, não precisa de uma tolerância na casa dos centésimos, o colega engenheiro responsável pelo chicote pode ser persuadido a “dar” uma tolerância maior, na casa de décimos que não afete nem a montagem e nem as funções da sua peça.

Desnecessários também são tolerâncias baseadas em ângulos agudos de noventa graus ou algumas outras ideias de design que não são estampáveis.

Mesmo estando uma peça em produção há muito tempo, a mesma pode ser submetida á uma reavaliação das tolerâncias. Uma vez cumpridos os requisitos de segurança, indústria, governo, forma e funcionalidade, o fabricante pode trabalhar no sentido de afrouxar a tolerância visando redução de custo. 

Relaxar as tolerâncias do seu componente pode implicar em uma economia de custos drástica, mas como afirmei esse trabalho não pode ser feito aleatoriamente, precisa ser feito em conjunto pelas engenharias de Produto e Manufatura, avaliando todas as suas implicações.

Tenham todos uma ótima semana e aproveitem bem o seu tempo ao lado daqueles que lhe querem bem.

Um abraço!


carroceria.2008@gmail.com

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