Olá!
Sejam bem-vindos mais uma vez ao nosso encontro
no Blog “Carroceiros” de Plantão para
falarmos sobre Carrocerias Automotivas e assuntos correlatos.
Continuamos hoje a nossa série sobre redução de
custos de peças estampadas:
Tolerância Dimensional
Qual será a relação direta do custo de uma peça estampada
com a tolerância utilizada na sua fabricação? Você tem alguma ideia?
Quando o engenheiro ou projetista desenvolve uma
peça que será obtida pelo processo de estampagem, seja ela uma peça de
carroceria, de um equipamento agrícola ou de um eletrodoméstico, quão apertada as
suas tolerâncias precisam ser?
Essa é uma boa pergunta, porém a sua resposta não é
muito complexa e nem é tão simples e direta.
Tolerância, pode ser definida como o limite
admissível ou limites de variação no processo de fabricação.
A tolerância é aplicada durante todo o
desenvolvimento de uma peça estampada e suas especificações são frequentemente
ajustadas em cada etapa do projeto, podendo às vezes iniciar com uma tolerância
excessivamente alta que pode até tornar proibitivo a fabricação de um produto.
Mas até que ponto a tolerância pode ser apertada e
ainda assim produzir um produto que atenda às especificações necessárias quanto
á forma, adequação, função, segurança, certificação e outras regulamentações,
sem afetar os custos demasiado?
No geral a resposta a essa pergunta está na
percepção e no conhecimento dos profissionais de manufatura experientes e dos
profissionais que atuam no Desenvolvimento do Produto.
A tolerância é afetada por vários fatores:
- Diretrizes de CEP,
- Regulamentações do governo / indústria,
- Projeto de engenharia e
- Demandas de clientes.
Uma ideia, quando nasce na prancheta, pode não ter
um nível de tolerância aplicada, porém quando esse conceito gráfico é submetido
a um engenheiro, ele pode aumentar ou diminuir as tolerâncias com base nos
princípios de engenharia ou com base nas boas práticas da empresa.
Pode acreditar, enquanto você lê esse artigo, nesse
momento em algum lugar no mundo da manufatura pode haver muitos especialistas
ajustando e apertando a tolerância a ponto de impedir a fabricação de uma peça.
E mesmo que a produção seja possível, tolerâncias
rígidas, assim como os elementos de fabricação de tempo, material e sucata /
desperdício, se traduzem em custos de produção aumentados ou na adição de controles
caros no processo de fabricação,
Como um fabricante de peças estampadas experiente
lida então com a tolerância e os custos de produção?
Na fabricação, se as especificações estiverem muito
restritas, a produção é atrofiada, mas sem a tolerância adequada, um produto
pode até ficar inutilizável. É preciso então encontrar um meio termo entre
as especificações necessárias e uma variação razoável de tolerância.
Algumas especificações de tolerância podem ser
negociadas internamente ou com o cliente, se for o caso. Por exemplo, numa
Montadora de veículos um furo hexagonal estampado numa peça de carroceria, para
fixação de um chicote, não precisa de uma tolerância na casa dos centésimos, o
colega engenheiro responsável pelo chicote pode ser persuadido a “dar” uma tolerância
maior, na casa de décimos que não afete nem a montagem e nem as funções da sua
peça.
Desnecessários também são tolerâncias baseadas em
ângulos agudos de noventa graus ou algumas outras ideias de design que não são
estampáveis.
Mesmo estando uma peça em produção há muito tempo,
a mesma pode ser submetida á uma reavaliação das tolerâncias. Uma vez cumpridos
os requisitos de segurança, indústria, governo, forma e funcionalidade, o
fabricante pode trabalhar no sentido de afrouxar a tolerância visando redução
de custo.
Relaxar as tolerâncias do seu componente pode implicar
em uma economia de custos drástica, mas como afirmei esse trabalho não pode ser
feito aleatoriamente, precisa ser feito em conjunto pelas engenharias de Produto e Manufatura, avaliando todas as suas
implicações.
Tenham todos uma ótima semana e aproveitem bem o
seu tempo ao lado daqueles que lhe querem bem.
Um abraço!
carroceria.2008@gmail.com
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