A grandeza não é onde permanecemos, mas em qual direção estamos nos movendo. Devemos navegar algumas vezes com o vento e outras vezes contra ele, mas devemos navegar, e não ficar à deriva, e nem ancorados.

Oliver Wendall Holmes

4.10.08

Corrosão

Olá muito boa noite ou bom dia! Já é madrugada!

Mais uma vez nos encontramos aqui no Blog “Carroceiros” de Plantão para falarmos sobre Carrocerias Automotivas.

Antes minhas boas vindas aos colegas Ricardo e Eduardo que me escreveram esta semana, elogiando o meu trabalho aqui no Blog, como eu já havia dito a minha motivação são os leitores, tenham certeza que estou sempre procurando inovar para trazer sempre mais informações relevantes aos amantes dos carros.

Minhas boas vindas também aos leitores do Canadá, Estados Unidos,México, Guatemala, Chile, Venezuela,Espanha, Alemanha, China, Rússia, Japão, Continente Africano e Oceania que agora podem ter acesso aos Posts do O Especialista por meio das versões em Inglês e Espanhol do Blog.

Hoje falaremos sobre Corrosão.

A corrosão é o pior pesadelo de quem possui um automóvel, pois quando se descobre um ponto de corrosão na carroceria é um aviso de que nada está bem.

Se for um carro de vários anos de uso, significa que a sua vida útil pode estar chegando no fim e se é um carro relativamente novo, significa que algo não foi feito correto na fabrica.

A ISO 8044 define Corrosão da seguinte forma: “Corrosão é a reação de um material metálico com o seu meio ambiente, uma mudança mensurável nos materiais que pode causar uma deterioração da função de um componente metálico ou de um sistema inteiro. Na maioria dos casos, a natureza da reação é eletroquímica, mas em alguns casos eles podem ser químicos ou de natureza metal-físico”.
Para proteger o aço, utilizado na fabricação de carrocerias, dos agentes corrosivos, normalmente ele é recoberto por diferentes camadas protetoras. A primeira é constituída de zinco, aplicada a quente (galvanização) sobre as duas faces das chapas.
A segunda proteção é a cataforese ( mais comumente conhecido como KTL ,do alemão: kathodische Tauchlackierung )
No Banho de KTL, a carroceria inteira é mergulhada em um tanque de tinta e o material adere às chapas de aço graças à ação de um campo eletromagnético (eletrodeposição).
As emendas de chapas, nas regiões ligadas por solda e nas bordas resultantes do processo de corte das chapas - onde a eletrodeposição da tinta fica comprometida - recebem ainda uma espessa camada de mastic (uma espécie de massa na forma de espaguete, só que mais grosso) para impedir a penetração de líquidos.
A extensão total dos cordões deste material sobre um veículo pode chegar a uns 145 metros. Nas partes de difícil acesso – as famosas “caixas”, constituídos pelas longarinas e cavidades formadas na junção das chapas - e nos locais em que a retenção de líquidos é particularmente prejudicial, é injetada ainda uma cera protetora.
Na linha de montagem, a cera protetora é pulverizada nestas áreas através de orifícios criados para este fim e selados por obturadores após a obturação da cera.
Completando o processo, para evitar que a água se acumule no interior das caixas, alguns obturadores contam com pequenos orifícios de drenagem. Além disso, como última medida de proteção, as áreas expostas à ferrugem (como o interior dos pára-lamas e a parte inferior do veículo) recebem uma camada suplementar de mastic, bem como protetores plásticos, que são eventualmente aplicados.
Adicionalmente para a proteção da parte inferior da carroceria onde durante a vida útil do carro muitas pedras irão bater, dependendo de onde se anda, é aplicado ainda uma massa de PVC para proteção. Algumas montadoras tem substituído a massa de PVC, por peças plásticas que tem a mesma função e ainda ajuda na melhoria do coeficiente aerodinâmico do carro pois elas tampam as cavidades existentes embaixo do carro.
E com isso terminamos a postagem de hoje. Espero mais uma vez que tenham achado assunto interessante.

Aproveitem bem o seu final de semana com sua família e com quem lhe faz bem.

E não se esqueçam de votar amanhã!

Um abraço!

O Especialista

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28.9.08

Alumínio ou Aço?

Olá muito boa tarde!
Sei que é domingo e que estou atrasado para a nossa conversa semanal sobre carroceria automotiva, mas creio eu que tenho uma boa desculpa. Este final de semana eu e minha esposa nos dedicamos ao voluntariado, participando da preparação e realização de uma festa de Cosme e Damião dedicado ás crianças de famílias carentes.
Bom ao longo de cinco anos, desde que conheci a minha esposa, tenho participado como voluntário de algumas festas e devo dizer que é muito gratificante.
Se você tiver a oportunidade um dia de fazer parte de um trabalho de voluntariado, faça-o.
Hoje vamos tratar de um tema que tem sido discutido mundialmente: emissão de poluentes e construção de veículos mais leves.
Sempre que o congestionamento de São Paulo ou a poluição bate recorde, é comum aparecerem “especialistas” na mídia apregoando que as montadoras deveriam construir carros mais eficientes com carrocerias de alumínio e etc., etc. e etc.
Alguns falam até em reduzir as dimensões e o peso dos veículos, talvez uma frota de Smart for Two resolvesse o problema do trânsito e da poluição.
Mas não é assim tão fácil, a equação para a solução do problema de trânsito e poluição das grandes cidades tem diversas variáveis.
Vamos nos ater á construção de veículos leves.

O tema da construção de veículos de baixo peso foi sempre determinado por parâmetros econômicos e ecológicos. Num país com dimensões extensas como o Brasil, rico em minérios e com certo desconhecimento de causa por parte da população, este assunto não recebe grande importância.
Uma estrutura de carroceria de baixo peso não desempenha um papel importante no funcionamento de um veículo a motor - como acontece para um avião e nem é tão importante assim para o cliente final quando na avaliação do produto.
A idéia de uma estrutura de carroceria de baixo peso é freqüentemente associada á utilização de materiais leves como alumínio, manganês. Isto explica o fato do Alumínio ser tão lembrado e idolatrado pelos ditos “especialistas”.
O alumínio é verdade, tem atendido as mesmas exigências estruturais e funcionais atendidas pelo aço, proporcionando algumas reduções de peso, mas há um preço alto para o desenvolvimento de tecnologia. Que poucos felizardos hoje podem pagar por isso.

Se considerarmos a estrutura de carroceria como referência, o convencional método de construção monocoque hoje é quase que restrito para o aço. Já o Spaceframe é mais adequada para alumínio embora hoje já seja possível utilizar também aço estrutural na fabricação de perfilados.
Um critério fundamental na seleção do material a ser utilizado é o volume de produção do veículo.
Nos últimos anos, várias pesquisas foram desenvolvidas no sentido de se encontrar materiais que pudessem ser empregados na construção de carrocerias e que a relação custo-eficiência fosse das melhores possíveis.
Novas ligas de aço foram desenvolvidas permitindo assim utilizar espessuras menores de chapa na construção de carrocerias com considerável redução de peso e melhoria nos resultados de Crash-test, simultaneamente novas ligas de alumínio também foram desenvolvidas.
No entanto o aço ainda mantém certa vantagem econômica sobre o alumínio, pois os métodos de produção de carrocerias estão todos desenvolvidos e a cada ano estes são melhorados visando melhor eficácia das estruturas e barateamento dos custos, então grandes séries de veículos continuarão á ser produzidos por meio convencional: com carrocerias do tipo monocoque, com aço.
No futuro será possível a utilização de metais leves nas grandes séries, mas isto envolvera custos, grandes investimentos e tal como o tema dos itens de segurança (ABS, airbag e etc.), o cliente final deverá estar disposto á pagar por um preço mais alto.
Espero que tenham gostado do tema de hoje.
Agradeço por sua visita e aguardo vocês na próxima semana para falarmos de carrocerias automotivas.

Um abraço!

O Especialista

carroceria.2008@gmail.com

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