Bem vindos mais uma vez ao nosso encontro semanal no Blog “Carroceiros” de Plantão para falarmos sobre carrocerias automotivas.
Estive ausente por algumas semanas, desculpem!
Felizmente a troca de emprego, o término de minha tese e o Gabriel tem ocupado o meu tempo de uma forma que eu não esperava.
Mas tudo bem, logo voltaremos á normalidade, por favor tenham paciência!
Hoje trago o texto de um colega que trabalha numa montadora. O texto desenvolvido por ele, dá uma idéia geral de como o conceito de vedação e proteção contra a corrosão de carrocerias é construído durante o desenvolvimento do projeto de um carro.
Boa Leitura!
" Quando entramos em um veículo queremos que ele seja uma extensão de nós ou de nossa casa, que seja confortável, com baixo nível de ruído, sem odores indesejáveis, durável, entre outros aspectos. A vedação da carroçaria é um dos processos responsáveis por isso, porém, ela está diretamente ligada à proteção contra corrosão.
Muitas pessoas quando ouvem a frase “vedação da carroçaria” lembram das vedações de borracha das portas e tampas, mas não imaginam que ela é muito mais, afinal ela é a “vedação da carroçaria”.
Meu trabalho tem início já com a definição de algumas premissas importantes como, por exemplo: Qual o tempo de garantia contra corrosão que será ofertada aos clientes? Quais plantas produzirão o veículo? Em que faixa de mercado este veículo se enquadra? Com estas informações, identifico se serão necessários diferentes materiais ou processos para a produção deste novo veículo. Até mesmo a produção de um veículo de série em outra planta ou país, necessita de uma revisão do desenvolvimento executado. A empresa oferta, dependendo do veículo, garantia contra corrosão perfurante de até 12 anos.
Tudo começa no projeto com a especificação dos aços que serão utilizados na confecção das peças da carroçaria; aços com e sem revestimentos (zincados) são utilizados, tendo cada peça sua avaliação individual e no conjunto, prevendo o atendimento da garantia contra corrosão. Em seguida os furos de processos. Todos os furos da carroçaria possuem função, como passagem de chicotes, de peças, elementos de fixação, acesso de ferramentas, RPS`s, penetração e escoamento de líquidos de pintura e cera de proteção de cavidades. O fechamento destes furos é primordial para evitar a entrada de água, poeira, ruído e odores para o interior do habitáculo. Estes furos normalmente são fechados por peças de polímeros conhecidos como “tampões” ou fitas adesivas com características antichama e de alta resistência ao envelhecimento natural.
O caderno de vedações, onde os ilustradores transformam e dão vida nas imagens que nele constam, contempla toda a preocupação de ter uma carroçaria o mais “selada” possível, além de permitir que as áreas de armação, pintura, montagem final e qualidade identifiquem o que está especificado já que é necessário para a carroçaria atender todas as normas e a garantia ofertada aos clientes.
No interior da carroçaria, dentro de subconjuntos, existem peças que tem como objetivo evitar a corrosão e também a entrada de poeira, umidade, odores e ruído. Estas peças são conhecidas como selantes expansíveis. Elas são desenvolvidas para serem montadas na área de armação, e durante a passagem da carroçaria pelo processo de pintura, após a pintura por imerssão, expandem “selando” a cavidade onde foram montadas, melhorando o desempenho da vedação e aumentando o conforto dos clientes.
Ainda na área de armação, são aplicados adesivos bombeáveis de base butílica, epóxi, etc., e outros tipos de vedadores extrudados; os adesivos têm o objetivo de melhorar a rigidez e até substituir pontos de solda principalmente onde não é possível o acesso dos equipamentos de solda, os butílicos não menos importantes, objetivam evitar o ruído gerado por contato de peças, além da vedação de junções e arestas onde não é mais possível acesso na área de pintura. Com aplicações intercaladas deste tipo de material viabilizamos a penetração dos líquidos de pintura para atender a garantia contra corrosão.
A carroçaria chega então à área de Pintura e passa pelos seguintes estágios: lavagem e desengraxe, para que toda e qualquer sujidade proveniente de outros processos sejam inteiramente removidas. Segue para o banho de imersão de fosfato, que é o responsável por “abrir os poros” da superfície do aço melhorando assim a aderência da pintura seguinte, e mais uma lavagem para remover o excesso da tinta. A carroçaria passa por uma estufa onde o fosfato é “curado”, isto é, seco, e em seguida vem a pintura eletroforética mais conhecida como “KTL”. Nesta etapa, após a imersão em um tanque de tinta epóxi, fecha-se o circuito elétrico onde são descarregados “6000 v” de tensão elétrica fazendo com que a aderência da tinta se dê por diferença de potencial elétrico. Mais uma lavagem e novamente uma estufa para secar o “KTL”. Esta pintura é uma grande responsável pela proteção contra corrosão. No processo de pintura, os furos de penetração e escoamento de líquidos são fundamentais para que a carroçaria seja processada no tempo especificado e com o mínimo de falhas de deposições de pintura. Isto é fundamental para o sucesso de um projeto e para o atendimento as normas e testes de corrosão. Logo depois, a vedação propriamente dita é efetuada pelos operadores, utilizando o material conhecido com “PVC”, este material é aplicado em quase 100% das junções das peças da carroçaria. Tem como objetivo evitar a corrosão das arestas e selar as junções, evitando a entrada de água, umidade, odores, poeira, e ruído. Estas vedações podem ser vistas nos flanges das portas e tampas de alguns modelos, dentro do compartimento do motor, no assoalho por dentro e por fora, e até na “soleira” do painel lateral externo dos nossos veículos. As vedações são responsáveis por grande parte da garantia contra corrosão e também por parte do conforto dos veículos durante a rodagem nas pistas, pois o “PVC” absorve parte das vibrações e também minimiza impacto e o ruído produzido pelas batidas de pedras provenientes das estradas de terra.
Ainda na pintura também são montados alguns tampões e fitas para fechamento dos furos que já cumpriram seus objetivos, sem o fechamento destes furos é certa a entrada de água, umidade, odores, poeira e ruído. Novamente a carroçaria vai para a estufa, agora com o intuito de secar o “PVC”; e segue em direção a aplicação de Primer. Esta tinta tem como objetivo nivelar a superfície cobrindo os vales oriundos da rugosidade das chapas de aço dos painéis externos, conferindo ainda uma proteção contra a luz ultravioleta, já que sem ela a cor do veículo sofreria uma variação muito grande ao longo dos anos. Outra estufa, esta para secar o Primer.
Uma limpeza é minuciosamente efetuada para remover qualquer partícula de sujeira que possa comprometer o aspecto de pintura. Agora ela esta pronta para receber a “Base” que é a cor que vemos no veículo, uma camada na parte externa aplicada por robôs com uma camada controlada, confere o aspecto de beleza. Esta tinta não é seca de imediato, a carroçaria segue para a aplicação de “Verniz” um produto transparente normalmente de base poliuretano para auferir maior resistência, brilho e durabilidade, também é aplicada por robôs. A carroçaria entra então em sua última estufa para a secagem destas duas pinturas. Todo este processo confere um aspecto de beleza e resistência ao envelhecimento natural e batida de pedras, vital para a garantia contra corrosão.
Última parte da pintura, a aplicação de cera de cavidades. Nesta etapa, alguns lugares como as longarinas dianteiras e traseiras, soleira, travessas do assoalho, etc., recebem a aplicação de cera conforme minha especificação; estas regiões em contato com o produto permanecem protegidas de agentes externos como a umidade, sendo fundamental para o atendimento da garantia contra corrosão. Existem dois tipos de aplicação: manual e automática. Na manual a cera liquida é aplicada por meio de revolveres de pressão por operadores dentro das cavidades da carroçaria, já na automática, a cera sólida é derretida, a carroçaria é aquecida em uma estufa, e um equipamento automático injeta a cera em alta temperatura dentro das cavidades, e por diferença de temperatura uma fina película é formada nas regiões protegendo a carroçaria, fazendo com que a garantia contra corrosão seja atendida.
Chegando à Montagem Final, os furos que foram utilizados no processo de aplicação de cera, são fechados definitivamente com tampões, uma vez que não é possível utilizar fita adesiva, pois a cera impede a aderência de fita.Existe ainda na Montagem Final a aplicação de cera de proteção incolor, realizada manualmente e em partes específicas para elevar a proteção contra corrosão. Normalmente estas aplicações são especificadas após a realização de testes e são de muita importância para o atendimento da garantia contra corrosão ofertada aos clientes.
Assim, termina o conceito de vedação e proteção contra corrosão, que é o trabalho que desenvolvo na Engenharia de carroçaria ."
Muitas pessoas quando ouvem a frase “vedação da carroçaria” lembram das vedações de borracha das portas e tampas, mas não imaginam que ela é muito mais, afinal ela é a “vedação da carroçaria”.
Meu trabalho tem início já com a definição de algumas premissas importantes como, por exemplo: Qual o tempo de garantia contra corrosão que será ofertada aos clientes? Quais plantas produzirão o veículo? Em que faixa de mercado este veículo se enquadra? Com estas informações, identifico se serão necessários diferentes materiais ou processos para a produção deste novo veículo. Até mesmo a produção de um veículo de série em outra planta ou país, necessita de uma revisão do desenvolvimento executado. A empresa oferta, dependendo do veículo, garantia contra corrosão perfurante de até 12 anos.
Tudo começa no projeto com a especificação dos aços que serão utilizados na confecção das peças da carroçaria; aços com e sem revestimentos (zincados) são utilizados, tendo cada peça sua avaliação individual e no conjunto, prevendo o atendimento da garantia contra corrosão. Em seguida os furos de processos. Todos os furos da carroçaria possuem função, como passagem de chicotes, de peças, elementos de fixação, acesso de ferramentas, RPS`s, penetração e escoamento de líquidos de pintura e cera de proteção de cavidades. O fechamento destes furos é primordial para evitar a entrada de água, poeira, ruído e odores para o interior do habitáculo. Estes furos normalmente são fechados por peças de polímeros conhecidos como “tampões” ou fitas adesivas com características antichama e de alta resistência ao envelhecimento natural.
O caderno de vedações, onde os ilustradores transformam e dão vida nas imagens que nele constam, contempla toda a preocupação de ter uma carroçaria o mais “selada” possível, além de permitir que as áreas de armação, pintura, montagem final e qualidade identifiquem o que está especificado já que é necessário para a carroçaria atender todas as normas e a garantia ofertada aos clientes.
No interior da carroçaria, dentro de subconjuntos, existem peças que tem como objetivo evitar a corrosão e também a entrada de poeira, umidade, odores e ruído. Estas peças são conhecidas como selantes expansíveis. Elas são desenvolvidas para serem montadas na área de armação, e durante a passagem da carroçaria pelo processo de pintura, após a pintura por imerssão, expandem “selando” a cavidade onde foram montadas, melhorando o desempenho da vedação e aumentando o conforto dos clientes.
Ainda na área de armação, são aplicados adesivos bombeáveis de base butílica, epóxi, etc., e outros tipos de vedadores extrudados; os adesivos têm o objetivo de melhorar a rigidez e até substituir pontos de solda principalmente onde não é possível o acesso dos equipamentos de solda, os butílicos não menos importantes, objetivam evitar o ruído gerado por contato de peças, além da vedação de junções e arestas onde não é mais possível acesso na área de pintura. Com aplicações intercaladas deste tipo de material viabilizamos a penetração dos líquidos de pintura para atender a garantia contra corrosão.
A carroçaria chega então à área de Pintura e passa pelos seguintes estágios: lavagem e desengraxe, para que toda e qualquer sujidade proveniente de outros processos sejam inteiramente removidas. Segue para o banho de imersão de fosfato, que é o responsável por “abrir os poros” da superfície do aço melhorando assim a aderência da pintura seguinte, e mais uma lavagem para remover o excesso da tinta. A carroçaria passa por uma estufa onde o fosfato é “curado”, isto é, seco, e em seguida vem a pintura eletroforética mais conhecida como “KTL”. Nesta etapa, após a imersão em um tanque de tinta epóxi, fecha-se o circuito elétrico onde são descarregados “6000 v” de tensão elétrica fazendo com que a aderência da tinta se dê por diferença de potencial elétrico. Mais uma lavagem e novamente uma estufa para secar o “KTL”. Esta pintura é uma grande responsável pela proteção contra corrosão. No processo de pintura, os furos de penetração e escoamento de líquidos são fundamentais para que a carroçaria seja processada no tempo especificado e com o mínimo de falhas de deposições de pintura. Isto é fundamental para o sucesso de um projeto e para o atendimento as normas e testes de corrosão. Logo depois, a vedação propriamente dita é efetuada pelos operadores, utilizando o material conhecido com “PVC”, este material é aplicado em quase 100% das junções das peças da carroçaria. Tem como objetivo evitar a corrosão das arestas e selar as junções, evitando a entrada de água, umidade, odores, poeira, e ruído. Estas vedações podem ser vistas nos flanges das portas e tampas de alguns modelos, dentro do compartimento do motor, no assoalho por dentro e por fora, e até na “soleira” do painel lateral externo dos nossos veículos. As vedações são responsáveis por grande parte da garantia contra corrosão e também por parte do conforto dos veículos durante a rodagem nas pistas, pois o “PVC” absorve parte das vibrações e também minimiza impacto e o ruído produzido pelas batidas de pedras provenientes das estradas de terra.
Ainda na pintura também são montados alguns tampões e fitas para fechamento dos furos que já cumpriram seus objetivos, sem o fechamento destes furos é certa a entrada de água, umidade, odores, poeira e ruído. Novamente a carroçaria vai para a estufa, agora com o intuito de secar o “PVC”; e segue em direção a aplicação de Primer. Esta tinta tem como objetivo nivelar a superfície cobrindo os vales oriundos da rugosidade das chapas de aço dos painéis externos, conferindo ainda uma proteção contra a luz ultravioleta, já que sem ela a cor do veículo sofreria uma variação muito grande ao longo dos anos. Outra estufa, esta para secar o Primer.
Uma limpeza é minuciosamente efetuada para remover qualquer partícula de sujeira que possa comprometer o aspecto de pintura. Agora ela esta pronta para receber a “Base” que é a cor que vemos no veículo, uma camada na parte externa aplicada por robôs com uma camada controlada, confere o aspecto de beleza. Esta tinta não é seca de imediato, a carroçaria segue para a aplicação de “Verniz” um produto transparente normalmente de base poliuretano para auferir maior resistência, brilho e durabilidade, também é aplicada por robôs. A carroçaria entra então em sua última estufa para a secagem destas duas pinturas. Todo este processo confere um aspecto de beleza e resistência ao envelhecimento natural e batida de pedras, vital para a garantia contra corrosão.
Última parte da pintura, a aplicação de cera de cavidades. Nesta etapa, alguns lugares como as longarinas dianteiras e traseiras, soleira, travessas do assoalho, etc., recebem a aplicação de cera conforme minha especificação; estas regiões em contato com o produto permanecem protegidas de agentes externos como a umidade, sendo fundamental para o atendimento da garantia contra corrosão. Existem dois tipos de aplicação: manual e automática. Na manual a cera liquida é aplicada por meio de revolveres de pressão por operadores dentro das cavidades da carroçaria, já na automática, a cera sólida é derretida, a carroçaria é aquecida em uma estufa, e um equipamento automático injeta a cera em alta temperatura dentro das cavidades, e por diferença de temperatura uma fina película é formada nas regiões protegendo a carroçaria, fazendo com que a garantia contra corrosão seja atendida.
Chegando à Montagem Final, os furos que foram utilizados no processo de aplicação de cera, são fechados definitivamente com tampões, uma vez que não é possível utilizar fita adesiva, pois a cera impede a aderência de fita.Existe ainda na Montagem Final a aplicação de cera de proteção incolor, realizada manualmente e em partes específicas para elevar a proteção contra corrosão. Normalmente estas aplicações são especificadas após a realização de testes e são de muita importância para o atendimento da garantia contra corrosão ofertada aos clientes.
Assim, termina o conceito de vedação e proteção contra corrosão, que é o trabalho que desenvolvo na Engenharia de carroçaria ."
Uma boa semana á todos e não deixem de curtir á vida ao lado daqueles que lhes fazem bem.
Um abraço!
O Especialista
carroceria.2008@gmail.com
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