Olá muito boa tarde!
Sei que é domingo e que estou atrasado para a nossa conversa semanal sobre carroceria automotiva, mas creio eu que tenho uma boa desculpa. Este final de semana eu e minha esposa nos dedicamos ao voluntariado, participando da preparação e realização de uma festa de Cosme e Damião dedicado ás crianças de famílias carentes.
Bom ao longo de cinco anos, desde que conheci a minha esposa, tenho participado como voluntário de algumas festas e devo dizer que é muito gratificante.
Se você tiver a oportunidade um dia de fazer parte de um trabalho de voluntariado, faça-o.
Hoje vamos tratar de um tema que tem sido discutido mundialmente: emissão de poluentes e construção de veículos mais leves.
Sempre que o congestionamento de São Paulo ou a poluição bate recorde, é comum aparecerem “especialistas” na mídia apregoando que as montadoras deveriam construir carros mais eficientes com carrocerias de alumínio e etc., etc. e etc.
Alguns falam até em reduzir as dimensões e o peso dos veículos, talvez uma frota de Smart for Two resolvesse o problema do trânsito e da poluição.
Mas não é assim tão fácil, a equação para a solução do problema de trânsito e poluição das grandes cidades tem diversas variáveis.
Vamos nos ater á construção de veículos leves.
O tema da construção de veículos de baixo peso foi sempre determinado por parâmetros econômicos e ecológicos. Num país com dimensões extensas como o Brasil, rico em minérios e com certo desconhecimento de causa por parte da população, este assunto não recebe grande importância.
Uma estrutura de carroceria de baixo peso não desempenha um papel importante no funcionamento de um veículo a motor - como acontece para um avião e nem é tão importante assim para o cliente final quando na avaliação do produto.
A idéia de uma estrutura de carroceria de baixo peso é freqüentemente associada á utilização de materiais leves como alumínio, manganês. Isto explica o fato do Alumínio ser tão lembrado e idolatrado pelos ditos “especialistas”.
O alumínio é verdade, tem atendido as mesmas exigências estruturais e funcionais atendidas pelo aço, proporcionando algumas reduções de peso, mas há um preço alto para o desenvolvimento de tecnologia. Que poucos felizardos hoje podem pagar por isso.
Se considerarmos a estrutura de carroceria como referência, o convencional método de construção monocoque hoje é quase que restrito para o aço. Já o Spaceframe é mais adequada para alumínio embora hoje já seja possível utilizar também aço estrutural na fabricação de perfilados.
Um critério fundamental na seleção do material a ser utilizado é o volume de produção do veículo.
Nos últimos anos, várias pesquisas foram desenvolvidas no sentido de se encontrar materiais que pudessem ser empregados na construção de carrocerias e que a relação custo-eficiência fosse das melhores possíveis.
Novas ligas de aço foram desenvolvidas permitindo assim utilizar espessuras menores de chapa na construção de carrocerias com considerável redução de peso e melhoria nos resultados de Crash-test, simultaneamente novas ligas de alumínio também foram desenvolvidas.
No entanto o aço ainda mantém certa vantagem econômica sobre o alumínio, pois os métodos de produção de carrocerias estão todos desenvolvidos e a cada ano estes são melhorados visando melhor eficácia das estruturas e barateamento dos custos, então grandes séries de veículos continuarão á ser produzidos por meio convencional: com carrocerias do tipo monocoque, com aço.
No futuro será possível a utilização de metais leves nas grandes séries, mas isto envolvera custos, grandes investimentos e tal como o tema dos itens de segurança (ABS, airbag e etc.), o cliente final deverá estar disposto á pagar por um preço mais alto.
Espero que tenham gostado do tema de hoje.
Agradeço por sua visita e aguardo vocês na próxima semana para falarmos de carrocerias automotivas.
Um abraço!
O Especialista
carroceria.2008@gmail.comAlguma sugestão ou crítica? Mande um Email para O Especialista. Está gostando das postagens? Então divulgue o "Carroceiros" de Plantão para os seus amigos!