A grandeza não é onde permanecemos, mas em qual direção estamos nos movendo. Devemos navegar algumas vezes com o vento e outras vezes contra ele, mas devemos navegar, e não ficar à deriva, e nem ancorados.

Oliver Wendall Holmes

31.10.11

O Bacalhau light

Olá  boa noite!
Obrigado mais uma vez por visitarem o Blog “Carroceiros” de Plantão.
Gostaria de me desculpar com algumas pessoas para quem estou devendo uma resposta ou informação. Aconteceu que por descuido não atualizei meu antivírus e acabei por ter a minha máquina infectada. Resultado: meus arquivos do Outlook foram todos corrompidos, perdi um pouco do meu histórico e acabei por me atrasar nas postagens.
Sendo assim, se você é uma das pessoas para quem eu prometi uma resposta, ou me solicitou uma informação, por favor, me escreva novamente.
Estamos preparando uma conta no Facebook, peço àqueles que me solicitaram adicionar que tenham paciência, pois esta será uma ferramenta de trabalho que utilizarei para divulgar o blog. Outras redes de relacionamento por hora estão descartados.
Na Wikipédia, Bacalhau é o nome comum para os peixes geralmente do gênero Gadus, pertencente à família Gadidae; mas para quem trabalha no desenvolvimento de carrocerias o termo “Bacalhau” tem outro significado.
O “Bacalhau” no linguajar dos “Carroceiros”, geralmente é um reforço aplicado em componentes da carroceria com o objetivo de ajudar estes á desenvolverem a sua função estrutural e diferente do que se pensa não é uma exclusividade dos veículos desenvolvidos para o dito Emerging Market; sim, os carros dos ditos mercados de Primeiro Mundo também o utilizam.
Apesar dos esforços vigorosos das Montadoras de automóveis, nos últimos anos muito pouco se conseguiu de fato na tentativa de reduzir significativamente a massa dos veículos, ainda mais se considerarmos que devido aos requisitos de conforto e de segurança que evoluem ano á ano a tendência foi de aumento de peso.
Atualmente para a redução de peso de componentes automotivos ditos estruturais existem três abordagens diferentes: primeiro, uma tendência clara no aumento da utilização de aços de alta e altíssima resistência (Trip/Dual Phase) que exige novas técnicas de conformação, ás vezes mais caras do que as utilizadas em aços de menor resistência, segundo, a substituição do aço ou do alumínio, por exemplo, por plásticos reforçados com fibras que também exigem novas tecnologias e terceiro, a utilização dos sistemas multi-material, por exemplo, como combinações de metais e plásticos reforçados com fibras.
A fim de cumprir as metas de redução de peso para a redução de emissões de poluentes, novas abordagens e soluções inovadoras, são necessárias para o desenvolvimento dos reforços de Carroceria.
Uma nova abordagem do problema de redução de peso começa por entender que tensão á que se é sujeitado qualquer componente da carroceria, na maioria dos casos, não é homogênea.
Normalmente quando se interpreta o comportamento de uma estrutura, este é sempre feito com base nas áreas que maior tensão local sofrem, as áreas com tensões mais baixas são na maioria das vezes desprezadas e acabam sendo superdimensionadas.

A partir dessa nova abordagem, entende-se que para reduzir o peso dos componentes da carroceria, as propriedades mecânicas dos seus materiais e dos reforços aplicados nestes precisam ser adaptadas para a respectiva carga que serão submetidos.
Algumas montadoras já utilizam técnicas inovadoras como, por exemplo, o tratamento térmico parcial ou a aplicação de um reforço local feito em plástico reforçado com fibra.   
Com a Têmpera Parcial indutiva pode-se aumentar a resistência dos materiais de aço de forma segmentada ou localmente. Com um aço FB-590, por exemplo, a força pode ser aumentada em cerca de 600 MPa a cerca de 1000 MPa. Isto permite que a espessura da parede do componente pode ser reduzido, mas esse processo é demasiado caro, implica na utilização de energia elétrica e como dito antes, limita-se apenas á peças de aço.
A utilização de um componente híbrido ou multi-material, aplicado pontualmente  na região que se deseja reforçar, têm um enorme potencial para a construção de carrocerias leves.
Devido ao seu custo alto, seu uso é também limitado, mas esse panorama tende á mudar muito em breve, devido á dedicação dos engenheiros na tentiva de baixar os custos e torná-lo mais acessivel.
Um novo processo de fabricação está sendo desenvolvido para viabilizar o processo de produção em massa que é próprio da indústria automotiva.

A combinação do componente de fibra composto com uma estrutura de aço permite por exemplo a integração de componentes em processos já existentes, utilizando métodos convencionais de junção, tais como solda a ponto.

Aproveitem bem a semana e boa sorte!

O Especialista

carroceria.2008@gmail.com

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